sábado, outubro 16, 2004

Alcançar o Céu na companhia de um demónio?



Não deixa de ser interessante reflectir na ideia que a nossa espiritualidade não pode ser despojada da nossa sexualidade. Afinal de contas como se constrói um ser espiritual? Passando pela afirmação que o nosso ser sexual deve ser controlado?
Pegando nesse princípio podemos então afirmar que ao longo da nossa vida definimos determinados parâmetros que irão condicionar o nosso comportamento sexual perante os outros, que podem ser ou não discutíveis, dado que, cada um tem os seus, no entanto condicionam os nossos actos na interacção com as pessoas, permitindo moderar as nossas acções. Esses ideais vão sendo consolidados ao longo do tempo, no entanto algo de inesperado pode surgir para fugir à monotonia que pode acabar por se instalar no nosso quotidiano… quebrar, inconscientemente ou não, os mesmos, uma vez que provavelmente acaba por ser essa ruptura que faz com que surja algo de entusiasmante e refrescante no nosso íntimo. Aparece assim uma ruptura no nosso espírito, afectando-o. Podendo-se fazer da quebra dos seus ideais uma constante… no entanto ao fim de um determinado tempo o que vai acontecer quando todos os esses, os espirituais de origem forem corrompidos? Vamos corromper os novos já formados (a quebra deles) e voltar de novo à base tentando ir de encontro à suposta pureza do nosso ser? E quanto tempo irá permanecer isso assim? O tempo necessário para que uma nova ruptura seja outra vez entusiasmante? Entramos assim num ciclo vicioso e começamos apenas a refinar aquilo que ao fim de duas ou três dezenas de anos aprendemos? Ok… será uma alternativa, e nem sequer me interessa afirmar se é a melhor ou não. Agora importa reflectir se é uma alternativa viável face ao aperfeiçoamento e consolidação de ideais que vão sendo estabelecidos como correctos por nós que permitem construir um ser espiritual e sexual coerente e de confiança ou será apenas uma via fácil para atingir algo efémero.