quinta-feira, maio 19, 2005


Partiu. Partiu com aparente tranquilidade, satisfação e sorridente. Deixá-lo ir dessa forma é para si uma grande prazer, uma boa imagem para reter na memória. Enrosca-se nos lençóis. É agora a vez dele sorrir. Um sorriso aprazível. Pensa que poderia escrever-lhe uma carta, um e-mail, uma canção, um poema. Pensa naquilo que lhe poderia escrever. Diverte-se com esses pensamentos. Com todos os clichés que podia usar, com todas a lamechices que poderia redigir. Reflecte… agora está um pouco mais ciente. Pensa na entrega que acaba de lhe presentear. Por agora pode ser suficiente. Hoje não precisa de lhe demonstrar mais coisa alguma, terá as oportunidades necessárias para o fazer quando as situações o proporcionarem. E com todos os gestos, atitudes, rendições e partilhas que poderão advir irá provar-lhe tranquilamente que o amor pode ser isso; que não é apenas mais uma palavra bonita que se solta da boca, como todas as outras que se podem soltar - que tendem a revelar-se desnecessárias e desesperadas quando o significado delas não é comprovado.