Arte que alcançou o 7º lugar
"Dracula" by Tod Browning.
Em 1931 é a vez de Tod Browning apresentar a sua versão de “Dracula”. Desta vez os nomes mantêm-se no entanto a inspiração para o filme não se foi buscar ao romance mas sim a duas das suas adaptações para teatro, uma delas a cargo de Hamilton Deane e outra a cargo de John L. Balderston; não sendo assim de estranhar a condensação da acção e do espaço físico do argumento do filme de Browning.
“Dracula” em termos de realização não será tão inspirado quanto o é “Nosferatu, eine symphonie des grauens”, no entanto pode-se considerar que é o filme que teve o alento necessário para impulsionar um dos géneros incontornáveis no cinema: o filme de terror. Tod Browing ameaçava conseguir algo do género dada a temática grotesca dos seus filmes, e o que é certo é que o conseguiu. O filme, acaba mesmo por ser tão sombrio quanto o é o romance, devido aos magníficos cenários que apresenta e, sobretudo, devido à interpretação carismática de Bela Lugosi. O actor, que interpreta o conde Drácula, nem sequer teria sido a primeira escolha do realizador, porém revelou-se um dos mais dedicados protagonistas de sempre, interpretando o papel com um inconfundível sotaque húngaro - visto que nem sequer falava a língua inglesa - e com pequenas luzes direccionadas aos olhos para enaltecer a sobrenaturalidade do ser que encarnava; sendo assim o responsável por fazer com que o grande deslumbramento do filme fosse de facto a presença do mal e por despertar a afeição da cultura popular do século XX pelo lado sombrio do cinema. (8/10)
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