quarta-feira, outubro 11, 2006

Pooch Café

Girls on Jools Holland (or why I love these Girls…) pt.1


PJ Harvey - "Will's Song"


Mazzy Star - "Blue Flower"


Tori Amos - "Mr. Zebra"


Cat Power - "I Don`T Blame You"

sexta-feira, outubro 06, 2006

Arte que alcançou o 7º lugar


Wo Hu Cang Long” by Ang Lee.



[“Wo Hu Cang Long” trailer]

“Wo Hu Cang Long” (“O tigre e o dragão”), de 2000 com a realização a cargo de Ang Lee, e “Ying Xiong”, de 2002 realizado por Yimou Zhang, são dois dos mais deslumbrantes filmes sobre artes marciais da história recente do cinema. Para além disso têm em comum o facto de reunir uma série de actores asiáticos mais conhecidos pelos seus desempenhos em filmes de acção, que em ambos os casos demonstram a sua capacidade para desempenharem artisticamente os papeis para os quais foram encarregues. Os filmes encontram-se ainda nas sumptuosas coreografias dos combates apresentados, em ambos os casos desafia-se tanto a imaginação como as leis da física para se apresentarem acrobacias e sequências de luta verdadeiramente soberbas.
No entanto nem o filme de Ang Lee, nem o de Yimou Zhang anula o do outro. As diferenças a nível narrativo e visual acabam por ser claramente distintas. No filme de Lee atinge-se mais profundidade no argumento, tanto na sua vertente feminista como a nível das filosofias utilizadas, para além disso, no geral, os efeitos especiais utilizados apresentam-se mais fidedignos ao olhar do espectador, isso não só devido à graciosidade com que Lee utiliza a câmara, mas também ao facto de a maior parte dos planos serem muito fechados e por as cenas se desenvolverem perspicazmente em ambientes soturnos ou sem luz directa. Como o filme de Yimou Zhang pretende ir mais além a nível visual - conseguindo-o com um estilo memorável, utilizando para isso a fotografia de Christopher Doyle que apresenta o desfile de uma magnífica paleta de cores saturadas -, utilizam-se sobretudo planos panorâmicos de espaços abertos (magnificamente iluminados) e recorre-se à natureza como mais uma arma vital para as cenas de combate; o desafio é assim maior e devido a isso por vezes é então necessário recorrer a alguns cortes ou a algumas estratégias técnicas que fazem com que as cenas de acção não se apresentem tão harmoniosas (sem nunca deixarem de o serem) como se sugere que o são.
O desafio era enorme, bem ao estilo de Kurosawa – a grande referência aqui e também deste género inconfundível do cinema -, e tal como este realizador, tanto Ang Lee como Yimou Zhang conseguiram alcança-lo, criando mais dois épicos incontornáveis sobre samurais e do cinema (não só do asiático), instigando o género com uma beleza irresistível. ("Wo Hu Cang Long" - 9/10, "Ying Xiong” - 8,5/10)


"Ying Xiong” by Yimou Zhang.



["Ying Xiong” trailer]

posi+ive

Descoberto no blog do LusoBoy, deixo aqui esta magnifica curta metragem intitulada “posi+ive” de Brian Gonzalez, onde ainda se ouve um tema de uma voz sempre deslumbrante, “From a shell” de Lisa Germano.







And the Earth spins round
While the people fall down
And the world stands still
Not a sound, not a sound
There is love, there is love
To be found
In the worst way, in the worst way
In the worst way

It’s the buzz, it’s the buzz
It’s the buzz
It’s the buzz, it’s the buzz
I wish I was
It’s the buzz, it’s the buzz
It’s the most fuzz
From a little shell
At the bottom of the sea
Was the Earth and the Moon
And the Sun above me
But the world fell down
With some people still around
There is love, there is love
To be found
With the Gods all gone
And the souls making sounds
In the worst way, in the worst way
In the worst way
It’s the buzz, it’s the buzz
It’s the buzz
It’s the buzz, it’s the buzz
I wish I was
It’s the buzz, it’s the buzz
It’s the most fuzz
From a little shell
At the bottom of the sea
Was the Earth and the Moon
And the Sun around me
There is love, there is love
There is love
It’s a buzz, it’s a buzz
It’s a buzz
It’s the buzz, it’s the buzz
I wish I was
It’s a buzz, it’s a buzz
It’s a buzz


quarta-feira, outubro 04, 2006

Earl & Mooch

terça-feira, outubro 03, 2006

Harmonias

“Varcharz” by Mouse On Mars.

(2006 / Ipecac Recordings)

“Varcharz” é já um dos bons discos da reentrada musical, habitual nesta altura do ano, que demonstra mais uma vez um grupo capaz em apostar na reinvenção. Trata-se de um albúm que apresenta melodias violentas de modo preciso, que tanto buscam a sua inspiração ao free-jazz como à história da música electrónica abstracta e que, no seu todo, elaboram um conjunto eficaz de experimentação sonora. Violência será a palavra de ordem de um disco que é praticamente todo ele trespassado por densas camadas de ruído criadas tendo como base loops de riffs, baixos com pedais de distorção ou outros elementos menos identificáveis geradores de som; que tanto impulsionam à dança como à contemplação por serem capazes de criarem corpos bem definidos, corpos esses que ainda conseguem ser intrinsecamente intricados por acumularem um vasto arsenal de sons electrónicos. (8,5/10)

segunda-feira, outubro 02, 2006

Leituras entre lençóis

“Bartleby & companhia” by Enrique Vila-Matas.

Existem prazeres que não se devem negar, existem outros que tem todo o sentido em serem negados. A essência de “Bartleby & companhia” não é com certeza essa, mas é uma das apaixonantes aproximações feitas à negação da escrita de alguns dos autores evocados pelas notas sem texto elaboradas por Enrique Vila-Matas.
“Bartleby & companhia” analisa particularmente a negação da escrita de vários autores, e valoriza justamente a obra deles pegando nesse ponto de vista. Bartleby, o personagem de um conto de Herman Melville, que ao ser encarregado de algum afazer responde impreterivelmente “que preferia não o fazer”, é o responsável pelo alento da elaboração desta obra incontornável da negação, levando o leitor a descobrir uma série de justificações que levam à elaboração de uma “literatura do Não”, uma literatura que se encontra suspensa por não se ter escrito, que eleva toda a literatura justamente devido a isso e que defende a grandiosidade desta por ter sido abandonada. Ou seja, comprova o facto de que alguns dos melhores autores o são devido a terem renunciado “à escrita para melhor a poderem afirmar”.
Enrique Vila-Matas acaba assim por também organizar um tipo de pensamento (perante um universo tal como o conhecemos) que leva o leitor a transpor a particularização feita para a escrita a ser adaptável a todas as matrizes que constituem o Ser para melhor o poderem definir. E se bem que nem todas as justificações são apresentadas para a “negação da literatura”, o livro por si só leva o leitor a questionar a própria literatura e a necessidade dela, de forma lúdica e irreversivelmente de modo emotivo. E se a ausência de uma crítica a esta obra só a iria valorizar, parte do entusiasmo que provoca merece ser apresentado. (9,5/10)