sexta-feira, setembro 22, 2006

to see & to hear


Portishead - "All Mine"


Massive Attack - "False Flags"


Tricky - "Aftermath"


PJ Harvey - "Down By The Water" Live


Lamb - "B-Line"


Queens of the Stone Age - "Go With the Flow"


Nick Cave & The Bad Seeds - "As I Sat Sadly By Her Side"


The Doors - "Riders On The Storm"

terça-feira, setembro 19, 2006

the glorious cynical thing

The White Stripes - "Hypnotize"

I want to hypnotize you baby
On the telephone
So many times I called your house
Just to hear the tone
And though I knew you were't home
I didn't mind so much 'cause I'm so alone
I want to hypnotize you baby
On the telephone

I want to spin my little watch
Right before your eyes
You're the kind of girl a guy like me
Could hypnotize
And if this comes as a surprise
Just think of all those guys
Who would tell you lies
I want to spin my little watch
Right before your eyes

I want to hold your little hand
If I can be so bold
And be your right hand man
'til your hands get old
And then when all the feeling's gone
Just decide if you want to keep holding on
I want to hold your little hand
If I can be so bold


Sonic Youth - "Personality Crisis"

Wa wa wa wa wa wa wa
No no no no no no no no no
Na na na

Well we can't take her this week
And her friends all want another speech
Hoping for a better day to hear what she's got to say
All about the personality crisis
You got it while it was hot
But now frustration and heartache is what you've got
Talking talking talking talking personality personality

Now you're trying to be something
Now you've got to do something
Wanna be someone how wow wow
You must be thinking about the times you did
It took every ounce
Well it sure got to be a shame
When you start to scream and shout
You got to contradict all those times
You better flyin' about - it's a butterfly
You got a personality crisis
You got it while it was hot
Tell us how you know
Frustation and heartache is what you got
Coz when i'm talking talking personality personality
Yeh yeh yeh yeh

And you're a prima ballerina on a spring afternoon
Change on into the wolfman
Howling at the moon, awoooh
Got a personality crisis
You got it while it was hot
So hot y'know frustration and heartache is what you got
Talking 'bout personality
Talking / personality
Yeah yeah yeah

Now with all ing for some fragrant mother nature's sends
Your mirror's jammed up for all your friends
Personality everything is starting to blend all back to one
Personality when your mind starts to bend
Personality fashion of a friend
Of a friend of a friend of a friend of a friend
Personality wondering how celebrities ever met?
Tell us about personality crisis you got it while it was hot
He's always had frustration and heartache
Is what you got
Don't worry
Personality crisis please don't cry
Personality crisis please don't stop?
Cause you walk with personality
Talk with personality

sexta-feira, setembro 15, 2006

Cartas a um jovem poeta (passagem)

“Amar é bom, também, sendo o amor difícil. Pois um ser humano amar outro é talvez a nossa tarefa mais difícil, a última, a última prova ou teste, a obra para a qual todas as outras não passam de ensaios. Por esta razão os jovens, que são principiantes em tudo, não podem conhecer o amor: têm de o aprender. Com todo o seu ser, com todas as suas forças, unidos à volta do seu coração sozinho, tímido e acelerado, têm de aprender a amar. Mas o tempo de aprendizagem é sempre um tempo longo e isolado, e assim, amar por muito tempo no decurso das suas vidadas é solidão, intensificada e profunda solidão para aquele que ama. O amor não é no inicio algo que precise de fusão, de entrega, de união com o outro, (pois o que seria uma união se algo pouco claro e inacabado, ainda subordinado?) é um forte indicio do amadurecimento do individuo, que se torna algo dentro de si, que se torna mundo, que se torna mundo para si em função do outro, algo que faz dele a escolha e o chama para muitas coisas. Apenas neste sentido, com a tarefa de o trabalhar (“escutando e martelando dia e noite”), podem os jovens usar o amor que lhes é dado. Fundirem-se e renderem-se e todo o tipo de comunhão não é para eles (que devem poupar e juntar durante muito tempo ainda), é o último, é talvez aquilo por que a vida humana não é suficiente.
Mas os jovens erram com tal frequência e com tanta gravidade nisto: que eles (de cuja natureza faz parte a impaciência) atiram-se uns aos outros, quando o amor deles se apropria, espalham-se tal como são, com toda a sua desorganização, confusão... e depois? O que deve fazer a vida a este monte de existências meias baralhadas que eles chamam comunhão e que de bom grado eles chamaria felicidade, e se possível o seu futuro? Assim, cada um perde-se graças ao outro e perdem os outros e os muitos outros que ainda estão para vir. E perdem as possibilidade, trocam a proximidade e a fuga das coisas divinas e ternas por uma perplexidade estéril, da qual nada pode nascer, nada a não ser uma ligeira repulsa, desilusão e pobreza, e refugiam-se numa das muitas convenções que se criaram em grande número como refúgios públicos espalhados ao longo da estrada perigosa. Nenhuma dimensão da experiência humana está tão bem fornecida de convenções como esta; preservadores de vida das mais variadas invenções, aqui se encontram os botes salva vidas; a concepção social conseguiu fornecer abrigos de toda a espécie, pois com está disposta a tirar a vida-amor como um prazer, tem também de lhe emprestar uma forma fácil, barata, segura e certa, tais como os prazeres públicos.”

by Rainer Maria Rilke in “Cartas a um jovem poeta” traduzido por Mafalda Ferrari.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Esquecimento

São inúmeras as pessoas que por mim passaram e nem sequer me apercebi, menos são aquelas que esqueci, poucas as que fui forçado a esquecer, hoje uma é quem não quero esquecer.... tornar-se-á amanhã uma daquelas que por mim passou e que de alguma forma esqueci, que me é fundamental para depois me lembrar aquilo que não quero esquecer... de não me esquecer daquela palavra...

terça-feira, setembro 12, 2006

Recesso

Untitled photo by Bill Henson.

A culpa será do artigo que João Eduardo Ferreira escreveu para a edição #19 da imprescindível (mas de publicação pouco regular) revista cultural “Op” sobre o escritor Enrique Vila-Matas. Após a leitura do entusiasmado texto sobre o escritor espanhol, a minha curiosidade foi provocada, o que me levou a adquirir um conjunto de seis livros pelo preço de um (obrigado FNAC) dele. O que é certo é que – pegando na ideia de João Ferreira – apenas sai prejudicado quem ainda não teve a oportunidade de ler alguma obra de Enrique Vila-Matas. Neste momento praticamente todo o meu tempo livre é dedicado ao escritor, justamente considerado como “o melhor narrador espanhol no activo” ou o “autor espanhol vivo mais importante”. As edições da Assírio & Alvim, bem traduzidas por José Agostinho Baptista, de “A viagem vertical” e de “Filhos sem filhos” são dois bons exemplos. No entanto haverá muito para descobrir, Vila-Matas parece ser um escritor infatigável, de quem já se publicaram um número considerável livros. Altamente recomendável.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Filhos sem filhos (passagem)

(...) “há pessoas que nunca se teriam apaixonado se não tivessem ouvido falar de amor.”

in “Filhos sem filhos” by Enrique Vila-Matas, traduzido por José Agostinho Baptista.

terça-feira, setembro 05, 2006

Calvin & Hobbes

A viagem vertical (passagem)

(...) "que Manuel da Cunha apesar de todos os seus possíveis defeitos, lhe infundira certo respeito, enquanto Toscano lhe parecia um desses arrogantes artistas jovens – não o mencionou à primeira mas estava a pensar no filho Julián – que se acham os reis do mambo e procuram a originalidade quando deviam saber que procurá-la é uma maneira pouco subtil de a conseguir, pois para a conseguir bastar-lhes-ia ser eles próprios."

in “A viagem vertical” by Enrique Vila-Matas, traduzido por José Agostinho Baptista.

segunda-feira, setembro 04, 2006

O vórtice de ambos os rapazes

Tudo poderia ter sido tão elementar, por isso tudo se tornara tão complexo. O rapaz 2 passou a desejar o rapaz 1 mas este estava imerso na triste lembrança do desejo que tinha sido banido e na vontade de o voltar a haver. O rapaz 1 proporcionara ao rapaz 2 as oportunidades e os meios para que esse pudesse desenvolver uma aproximação entre ambos, mas nada de concreto fora feito... tudo foi irremediavelmente suprimido... O rapaz 2 viu-se impotente para lidar com tudo aquilo que tinha à sua disposição... não teria sido tarde, o rapaz 1 ainda aguardava por ele... no entanto tudo se encontrava demasiado intrincado. O rapaz 2 descobriu assim o esplendor da dor do sexo. O rapaz 1... todos aqueles que nunca teve foram os que mais amou.

Cruzou-se com um estranho na rua e apercebeu-se nesse instante que era capaz de se apaixonar por ele... o fim do romance não tinha chegado...

in "A morte do desejo" by JGSC - end of the blog version.

domingo, setembro 03, 2006

Bill Henson





Untitled photos by Bill Henson.

sábado, setembro 02, 2006

Harmonias

“The headlight serenade” by Triosk.

(2006/The Leaf Label)

É um exercício de profunda beleza aquele que o trio de Jazz Australiano Triosk apresenta em “The headlight serenade”. A profundidade desta obra entende-se no sentido de os músicos terem ultrapassado a dificuldade para expor um conjunto de harmonias que se desenvolvem de modo preciso e eficaz ao encontro de um espaço luminoso (aonde irão permanecer e revelar como são sublimes), deixando assim ao ouvinte a dificuldade de lidar com a beleza alcançada. Para esse fim programaram-se uma série de texturas electrónicas de cariz ascético que se diluem em sonoridades acústicas jazzísticas fazendo com que emirja um corpo que agrupa magnificamente todos os elementos. Claro está que não existe o receio de pôr tudo isso em causa e desarticular todo o discurso, utilizando assim a liberdade artística como um precioso meio na exploração de confrontos, no entanto o trio neste disco caminha numa direcção - a necessidade de revelar os factores opostos parece surgir tanto da necessidade de traduzir no exercício sonoro os obstáculos que se encontram para atingir o fim como da evasão emocional que se adquire ao ser alcançado o objectivo -; direcção essa que afirma a contemporaneidade do jazz enquanto género na busca da intemporalidade. Esplêndido. (9/10)