segunda-feira, dezembro 20, 2004

Arte que alcançou o 7º lugar


"A home at the end of the world" de Michael Mayer

Após a adaptação de “As Horas” de Michael Cunningham para o grande ecrã, chega agora a vez de “Uma casa no fim do mundo”, primeira romance do escritor.
Desta vez a realização ficou a cargo de Michael Mayer, que deu a Colin Farrell, Robin Wright Penn, Dallas Roberts e Sissy Spacek a oportunidade de encarnar o papel das personagens principais.
O filme, tal como o livro, retrata a relação de dois amigos que crescem juntos numa cidade do interior que, após uma separação, acabam por desenvolver em Nova Iorque um novo tipo de relação, na qual um novo factor é adicionado: a presença de um elemento feminino. Gera-se assim um triângulo amoroso que procura estabelecer um novo tipo de família.
O que melhor define o livro, no filme perde-se bastante. Para além de se pôr completamente de lado a caracterização de cada personagem através do olhar profundo das outras que a rodeiam; as relações, para além de não serem exploradas o suficiente, são expostas de forma mais suave na sua intensidade e tensão.
Colin Ferrell foi uma escolha arriscada, e de facto não concretizou o que seria exigido na interpretação de uma personagem como Bobby, baseando-se a maior parte do tempo em clichés, interpretados de forma excessiva, na procura da tentativa de deixar transparecer a sensibilidade desta personagem. No entanto Robin Wright Penn, Dallas Roberts e Sissy Spacek desempenham bem os seus papéis. Sissy Spacek retrata exemplarmente toda a sensibilidade que uma mãe pode adquirir, podendo observar-se isso em cada um dos seus gestos e atitudes. No entanto o grande destaque vai para Robin Wright Penn, que interpreta o papel de Clare, e que de facto, de forma precisa, expõe toda a vivacidade e fragilidade que esta personagem encerra.
Não se trata de uma obra-prima do cinema, porém é um bom filme de entretenimento.(6/10)