sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Let’s rock



A primeira metade da primeira década do terceiro milénio no mundo da música há-de ficar indubitavelmente marcada pelo revivalismo do universo rock n’ roll.
Inicialmente a nova febre pelo rock foi descrita de forma simplista, argumentando-se que era “retro” e se fundamentava na vontade de restituir energia à pop. Certo é que após anos de produção rígida nesse território, comandada por leis de mercado e sobretudo pelos interesses das multinacionais, eis que o rock volta às caves fumarentas e às garagens; enchendo novamente de frescura, de garra e de criatividade o mundo da música.
Procurando, desde o início e acima de tudo, autenticidade, uma primeira vaga, a surgir sensivelmente em 2001, lançou as premissas que esboçam o movimento – retorna-se à rudeza e excitação do rock revisitando as suas fundações, nomeadamente o blues e o garage – onde se criam personalidades que muito devem a uma estética contagiada pelo decalque de sonoridades passadas; no entanto não impede que os grupos desta vaga deixassem nos seus registos uma identidade pessoal vincada, como se pode constatar na audição de álbuns de grupos como The Strokes, The White Stripes e Black Rebel Motorcycle Club. A segunda vaga, a surgir em 2002, trouxe consigo multiplicidade estética e liberdade estilística com The Raveonettes, Interpol e Yeah Yeah Yeahs – continuando assim a alimentar o hype generalizado onde as principais publicações, de música e de moda, se rendiam aos encantos de muitas bandas que surgiam. No entanto foi também nessa altura que se começou a pressagiar uma nova morte do rock para o seguinte ano - quem o fez foi obrigado a engolir essas palavras - atacando em cada vez mais vertentes, o rock, em 2003, traz consigo uma série de bandas novas, The Kills, Liars, Kings of Leon; assim como galardões para os grupos da primeira vaga ao verem novamente reconhecidos pela crítica internacional os novos trabalhos editados; dando assim não só a possibilidade a grupos que apesar de terem uma “carreira” só então conseguem chegar ao grande público, mas fazendo também com que o fenómeno se arrasta-se até, e por, todo 2004 onde a chegada de álbuns de Franz Ferdinand, The Killers e !!! (Chik Chik Chik) foram responsáveis pela continuação do hype. Surge agora 2005 com promessas de novos trabalhos das bandas que surgiram até então e com grandes expectativas depositadas neles… Entretanto… Let’s rock...