sábado, outubro 16, 2004

Contos urbanos contados na primeira pessoa: V



Passei pelo Manuel, parecia chateado. Tentei saber o que se passava com ele mas não quis falar sobre isso, seja como for já estou habituado a vê-lo com essa atitude de que nada lhe corre bem nada na vida, "é uma trágica essa gaja"… despachou-me rapidamente e ainda bem. Segui até à sauna na companhia do Marco, estava a divertir-me com ele e era isso que importava. Conheci o Marco durante essa semana na Internet, conversamos duas vezes num chat, mas pessoalmente era a primeira vez.
Achei-o girinho, mas nada de especial. Encontramo-nos depois de jantar num jardim perto do café onde habitualmente iniciamos as noitadas de sexta-feira, e onde fomos após uma breve conversa. Quando chegamos, apresentei-o aos meus amigos que já se encontravam todos lá conforme o combinado, excepto o Manuel. Lembro-me perfeitamente das expressões e dos sorrisos que trocaram todos, que sugeriam que vinha com mais um engate, como se já estivessem à espera que isso acontecesse.
De facto já o tinha feito muitas vezes. Mas o único que realmente fez um ar reprovador foi, para não variar, o Manuel quando chegou, pouco tempo depois nós. Passou o tempo a olhar para a mesa mais central do café, em direcção a um rapaz de olhos azuis, com quem eu já tinha fodido (e que não me consigo lembrar do nome).
Muitas piadas foram feitas à minha custa e do Marco. Vendo que a situação o intimidava, não ficamos muito mais tempo, fomos embora após tomarmos café.
Corremos vários bares. No início da noite o Marco teve tendência a ser um pouco chato, começou a contar histórias de pessoas que não conheço… que treta! Durante algum tempo não parou de falar de amigos que andavam com desilusões amorosas. Que vinham chorar no seu ombro e que já não sabia o que fazer. Farto dessa conversa digo-lhe para começar a andar com um pacote de lenços de papel. Riu-se e não falou mais deles. Começamos a falar de sexo, aquilo que mais nos estimula a esse nível. Embora ele estivesse muito à vontade para falar sobre isso, parecia-me um pouco inexperiente. Era daqueles que pensava que já experimentara de tudo. Para tirar as dúvidas sugeri irmos até à sauna. Ele nunca tinha ido a nenhuma e decidi mostrar-lhe como eram. Mostrou-se indeciso e negou à primeira. Não foi preciso muito para o fazer mudar de ideias, bebemos mais um shot e propus novamente a ida o que, com um sorriso alcoolizado, foi aceite de imediato.
O Marco queria mostrar que também era capaz, embora fosse bem evidente que sem o efeito do alcóol e de um impulso, não tivesse coragem para o fazer. Mal entramos na porta do edifício comecei a ter uma leve erecção, que assim se manteve até me despir. Aumentou nesse momento, não a tentei esconder e não pus nenhuma toalha à cintura. O Marco quando me viu assim, olhou primeiro para a minha pixa e depois em direcção à minha cara e riu-se. Fiz o mesmo… Reparei que a natureza tinha sido um pouco madrasta com ele, tinha uma pixota mediana. O que não me deixou muito contente. A humidade e o calor do ar acompanhado por todos aqueles homens era o suficiente para estar satisfeito e cada vez com mais tusa. Olhava em forma de convite para todos os que tinham "aquele" bacamarte, estava mesmo a precisar que me "rebentassem".
Fiz a sugestão de irmos para um quarto escuro para estarmos mais à vontade, mas tive de a repetir, pois o Marco estava distraído a olhar para um par de rapazes, em que um estava de joelhos a fazer um broxe a outro. Dei-lhe um encontrão para me prestar atenção e quando voltei a sugerir a ida, aceitou imediatamente… Deu para ver como ficou entusiasmado. Quando entramos num dos quartos escuros parecia estar bastante concorrido o local, o que me deixou contente.
Quando fechou a porta foi contra mim. Disse-lhe com voz de chateado para ver onde punha os pés, sentando-me de seguida. Não passou muito tempo para se iniciar a acção…

Hugo