sábado, outubro 16, 2004

Contos urbanos contados na primeira pessoa: VI



Entramos em acção pouco tempo depois de termos acabado de fumar. Sentia a humidade no corpo o que me provocava um certo desconforto, mas não me impedia de continuar, afinal de contas estava a precisar de sexo. Fodemos até eu estar farto. Não conseguia sentir nenhum perfume a sair do corpo dele, o que me ia a tirando tesão aos poucos e me levou a ter um breve momento de lucidez. Interroguei-me por breves instantes o que estava ali a fazer. Esse pensamento fez-me sentir ridículo. Decidi masturba-lo para se vir mais rapidamente e poder ir-me embora.
Acabou por vir-se mais rápido do que estava à espera. Senti um grande alívio e uma leve satisfação. Quando sai de cima dele, disse-me que tinha gostado muito o que me levou a dizer que ainda bem e que também tinha gostado. Sorri orgulhosamente! Comecei a vestir-me... ele imitou-me logo de seguida. A roupa estava cheia de areia, mas não estava com disposição de a sacudir demasiado, porque queria ir-me embora de uma vez por todas daquele sítio.
Estava a começar a amanhecer, o nevoeiro estava muito denso, comecei a sentir um leve cheiro a peixe o que me deixou bastante incomodado. Quando acabei, dei-lhe um beijo e disse-lhe que tinha gostado de estar com ele e que um dia destes lhe telefonava para tomarmos um cafezito.
Fui para o carro, sentei-me, e tentei lembrar-me de como tinha ido parar à praia com o José, (era assim que se chamava?) … Deixem-me confirmar no telemóvel… Sim José, é isso mesmo… Tenho que lhe telefonar um dia destes…
Bem onde ia eu? Já sei… Na altura não consegui reconstruir a história, mas hoje já sou capaz! Depois de Ele ter ido embora da discoteca, para me livrar do gajo que “atropelei”, disse-lhe que estava de saída com o José o qual concordou de imediato quando lhe disse: - Vamos?
Quando nos encontrávamos na rua em direcção aos nossos carros, que por coincidência se encontravam estacionados na mesma zona, passamos em frente de uma rullote, o que me provocou imediatamente uma fome incrível. Propus-lhe irmos comer um cachorro. Foi o que fizemos, acompanhando com mais uma cerveja. Enquanto isso o José continuava a “fazer-se” bastante. Acabamos por ficar mais algum tempo na conversa. Enquanto falava, ia sorrindo e fazendo um gesto de carinho de vez em quando o que o deixava ainda mais entusiasmado. Estava a gostar de o ver interessado, achei-o querido, o que me levou a incentiva-lo a que demonstra-se o que de melhor havia nele, e de bom para oferecer. Propôs-me ir até à praia. Gostei da ideia. Disse-lhe para seguir o meu carro, que eu conhecia um atalho. Mas o meu entusiasmo começou a diminuir de intensidade até que a dada altura me tentei livrar dele fazendo com que se despistasse ou que parasse em algum semáforo vermelho. Não consegui…
Durante a viagem passamos em frente ao prédio Dele. Parei por breves instantes, pareceu-me vê-lO à varanda. Sim, era o apartamento Dele. Lá estava Ele a fumar mais um cigarro. Em que estaria a pensar? Será que me reconheceu? Não sei…
Quando vi o carro do José ao meu lado, lembrei-me porque estava ali e continuei em direcção à praia completamente desmotivado. Quando cheguei dirigi-me lentamente para o mar e dei comigo a pensar se não teria sido bom que ele tivesse tido um acidente quando a mota foi na direcção dele. Não teve! Ouvi-o a chamar por mim quando isso me passava pela cabeça.
Enquanto o deixava vir ao meu encontro decidi fazer uma ganza. Já que tínhamos chegado até ali e como ele tem um corpo do tipo que eu gosto decidi que devíamos dar uma “trepa”… Porque não?

Jorge