segunda-feira, novembro 29, 2004

Leituras entre lençóis


O rapaz que chutava porcos de Tom Baker

"O rapaz que chutava porcos" trata-se de uma deliciosa comédia de humor negro.
Robert Caligari é um puto de treze anos cujo maior prazer consiste em chutar porcos. Um rapaz diabólico que, após se ter envolvido numa humilhante situação, se apercebe até que ponto detesta a raça humana, engendrando assim um plano maquiavélico que alcança resultados estapafurdiamente catastróficos. O nosso puto não sai ileso do caos que provoca, sendo da responsabilidade do destino aplicar-lhe uma punição exageradamente severa, na qual, durante a sua leitura, o leitor deve manter todo o seu sangue frio.
Um livro depravado escrito por Tom Baker, com divertidas ilustrações de David Roberts, que se tornou numa referência do horror e da fantasia. (8/10)


ilustrações de David Roberts

Calvin & Hobbes

sábado, novembro 27, 2004

Leituras entre lençóis


Uma casa no fim do mundo de Michael Cunningham

Se com o livro “As horas” (romance vencedor dos prémios Pulitzer e Pen/Faulkner de 1999 - entre outros) Michael Cunningham realmente vingou; as aclamações começaram logo a surgir, um pouco por todo o lado, com “Uma casa no fim do mundo”, primeiro romance do escritor. O motivo, mais que suficiente para que isso tivesse acontecido, deve-se a uma escrita que encerra uma elegância tal, capaz de ficcionar de modo imensamente real o conjunto das 4 personagens principais que constituem o livro. Michael Cunningham é por excelência um escritor com uma escrita bela (não bonitinha) e sensível capaz de chegar às profundezas da alma das personagens, sem no entanto as dar a conhecer completamente, sendo o mistério preservado, revestindo-as com uma humanidade universal admirável.
Conta-se a história de dois amigos que crescem juntos numa cidade do interior que, após uma separação, encontram em Nova Iorque um novo espaço para desenvolver e aprofundar a relação mantida latente, à qual desta vez um novo factor é adicionado: a presença de um elemento feminino. Gera-se deste modo um triângulo amoroso em constante desequilíbrio na procura de um novo tipo de família. As relações são descritas magistralmente onde a fragilidade e tensão delas é constantemente exposta.
Foi assim que Michael Cunningham se deu a conhecer; de forma exemplar com “Uma casa no fim do mundo”. (9/10)

sexta-feira, novembro 26, 2004

Absinto


Belle Epoque de Teresa Moore

Apesar de estar fortemente relacionado com a França, o Absinto é uma criação Suíça. Embora tenha sido o médico monarquista, de nacionalidade francesa, Pierre Ordinaire a inventar uma poção digestiva, à qual mais tarde adicionou álcool para potenciar os seus efeitos (surgindo assim o absinto), este encontrava-se exilado na Suiça quando a originou, no ano de 1792. O medicamento encontrado, com virtudes que iam muito além da cura dos males do estômago, tornou-se coqueluche na Suiça e rapidamente atravessou fronteiras, ficando conhecido por Absinto ou, pelos mais entusiastas, por Fada Verde.
Os ingredientes principais que destilados compõem o Absinto são o anis e uma grande diversidade de ervas, entre as quais a Artemisia absinthium, que é a responsável pela polémica gerada à volta da bebida, por causa das suas substâncias alucinógénicas.
O absinto goza de uma grande reputação devido a gente como Oscar Wilde e Paul Verlaine terem escrito poemas em seu louvor, e ainda por ter sido glorificado em quadros por pintores como Degas, Manet, Van Gogh e Picasso.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Calvin & Hobbes

quarta-feira, novembro 24, 2004



Absolut Mandrini

5 CL. Absolut Mandrin
1 CL. Martini Bianco doce

Mexer com gelo num misturador. Servir num copo de cocktail bem frio. Decorar com uma casca de laranja.


Absolut Mandrin Kamikaze

1 CL. Absolut Mandrin
1 CL. Triple sec
1 CL. Sumo de limão

Mexer num shaker com gelo. Servir num copo de shot.


Absolut Vince Vega

4 CL. Absolut Citron
Sumo de maçã

Servir sobre gelo num copo de longdrink. Acompanhar com maçã.

by ABSOLUT Vodka

Vodka - Sabor e Qualidade



Os elementos que determinam a qualidade da vodka são, para além dos ingredientes que a constituem, a destilação e a filtração:

• A filtração usualmente aplicada utiliza filtros de carvão; no entanto pode não ser feita nenhuma ou, do lado oposto, serem utilizados mecanismos bastante complexos para a executar.
• Uma boa destilação baseia-se na capacidade alcançada de se descartarem as impurezas. As destilarias possuem os seus segredos para alcançar o equilíbrio entre a pureza e o sabor; sendo os destiladores contínuos os mais usados para alcançar esse fim, para além de oferecerem um melhor controlo da temperatura.
• Com base no tipo e qualidade dos ingredientes, a suavidade alcançada será melhor ou pior. Milho, batata, melaço, cevada, centeio e trigo são os ingredientes habitualmente utilizados na produção de vodka, porém existem outros que conferem essências adicionais à bebida, nomeadamente as frutas.

As vodkas produzidas à base de batata, trigo ou centeio; são as que têm melhor qualidade, visto terem um sabor muito suave e uma característica individual pronunciada, sendo normalmente elaboradas utilizando os métodos de destilação e filtração mais sofisticados.

terça-feira, novembro 23, 2004

Vodka – Origens



Existe uma grande discussão a respeito da produção de vodka se ter iniciado ou não na Rússia. No final da década de 70 as empresas russas produtoras de vodka foram ameaçadas de cessarem a produção, sobe o pretexto que o nome desta bebida seria de uso exclusivo das companhias estrangeiras, uma vez que já a produziam há mais tempo. Logo após esta questão ficar resolvida, com as indústrias estrangeiras a renunciar o título de criadoras de vodka, surge a Polónia a alegar para si a autoria e o início de produção da mesma. No entanto, após a publicação dos estudos realizados pelo historiador russo William V. Pokhlióbkin, no seu livro História da Vodka, em 1991; a Rússia ficou reconhecida como tal.
Se quanto à sua origem as dúvidas ainda hoje persistem, a palavra vodka é indubitavelmente nativa da linguagem russa, cujo surgimento data do século XIV, sendo o ano de 1386 apontado como um provável marco. Os primeiros registos do termo vodka aparecem em dicionários publicados no final do século XIX e início do século XX já com significado de bebida alcoólica forte.
Supõe-se que o motivo pelo qual esta bebida tenha recebido o nome de vodka (aguinha) se deva à importância que os russos davam à água proveniente de suas fontes e rios cristalinos, como base para a produção de todas as bebidas.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Calvin & Hobbes

LONGDRINK



ABSOLUT Blue Tonic

2 CL. Absolute citron
2 CL. Blue curaçao
Água tónica

Servir sobre gelo num copo de longdrink. Acompanhar com limão.

domingo, novembro 21, 2004



Nada verdadeiramente belo existe a não ser nos sentidos de quem aprecia.

Lyrics



Desired Constellation

It's tricky when you feel someone has done something on your behalf
It's slippery when your sense of justice murmurs underneath and is asking you,

How am I going to make it right?
How am I going to make it right?

With a palm full of stars
I throw them like dice, repeatedly
On the table, repeatedly
I shake them like dice
And throw them on the table, repeatedly
Until the desired constellation appears.

How am I going to make it right?
How am I going to make it right?
How am I going to make it right?
And did you hear, how am I going to make it right?

A fit memory.

Björk


Sou um viajante… Que pelos campos andou; onde as densas árvores não impedem de ver a lua cheia... Que pelas cidades nocturnas, aparentemente calmas; se perde em intensos neons vermelhos e azuis… Que na praia uma grande paixão foi encontrar (e perder)… Que ficou sem rumo para a viajem continuar...


Ando perdido num mundo que não é real…

sexta-feira, novembro 19, 2004

Calvin & Hobbes

Pornografia – II/II


imagem do filme "the Raspberry Reich" de Bruce LaBruce

Numa análise feita pela revista Zero, 80% dos gays são consumidores de pornografia, sem que isso signifique necessariamente patologia de conduta. Não será por isso de admirar que a maior parte dos artistas homossexuais acabe por, irremediavelmente, se manifestar através da criação de uma obra que, se não for porno puro e duro, parece-se bastante: que pintor gay não pintou alguma vez um pénis? Que escritor gay não escreveu sobre as maravilhas da nudez do mesmo sexo?

A pornografia está aí para ser consumida; no mundo das artes, ou não, e as principais motivações que levam a usufruir dela, são as seguintes:

1: solidão (ausência de parceiro),
2: prazer,
3: estimular uma relação.

O lado negativo de pornografia é a fomentação de modelos e condutas que não são reais. Muitas vezes em vez de se pensar nela como ficção, aceita-se como sendo um documentário, sem se ter em conta que não é real, onde existe uma quantidade ilimitada de truques; exemplos disso são o uso de próteses de silicone, um acto de sexo ser rodado em 3 ou 4 dias, as ejaculações serem repetidas de diverso ângulos para parecerem mais abundantes. Outro aspecto negativo é a possibilidade de se tornar um vício; chegado a este ponto o individuo terá uma conduta que não consegue extinguir sem que isso implique grande sofrimento, para além do facto de poder ter acontecido um processo de alheamento e ruptura com o meio exterior.
Pelo outro lado; o lado positivo da pornografia está presente no momento em que existe possibilidade de fomentar fantasias sexuais, onde se poderão encontrar posturas praticáveis posteriormente. Assim sendo, para ser consumida de forma saudável, deixo de seguida algumas sugestões de sites porno gay:

Gay first time
Hot gay list
Igayvideos

baseado no “Dossier Pornografia Homosexual” in Zero nº 66

quarta-feira, novembro 17, 2004

Sugestões


Giant Sand - Is all over... The map

É espantosa a capacidade que Howe Gelb tem para produzir tão vasta quantidade de álbuns que, nos últimos anos, resultam em obras de excelente qualidade. Com engenho e encanto inigualável este senhor tem lançado uma obra de referência praticamente todos os anos, na sombra de vários alter-egos; oiçam-se os anteriores "Chore Of Enchantment" (Giant Sand), “Cover Magazine” (Giant Sand), “Lull (some piano)” (Howe Gelb), “The lister” (Howe Home), e o, já deste ano, “Still lookin’ good to me” (the band of Blacky Ranchette).
Surge agora mais um disco dos Giant Sand, marcado pela destreza atingida na aprendizagem de uma carreira. Com o refinamento alcançado todas as músicas flúem de forma natural, mesmo quando as soluções encontradas passam por requestar soluções inesperadas nos Blues, no Jazz, no Tango, na Chanson Française, ou mesmo no Punk (num tributo aos Sex Pistols).
Juntamente com a forma descontraída com que Gelb canta, é ainda encantador observar como as participações de vocalistas convidados ajudam a marcar a obra, com o modo espontâneo com que parece nascer a composição.
Este disco é assim capaz de originar grande cumplicidade com o ouvinte, chegando por momentos a transmitir a sensação que também ele, se estivesse presente no momento da gravação, poderia ter deixado registado o seu contributo. (8/10)

terça-feira, novembro 16, 2004

Calvin & Hobbes

domingo, novembro 14, 2004

Pornografia – I/II



Considera-se pornografia qualquer manifestação artística que apresente a sexualidade de forma crua, buscando com isso a excitação do espectador ou leitor.
A origem da pornografia, tal como a conhecemos hoje, data de 1846 com o aparecimento das primeiras publicações nos Estados Unidos. Em 1955, Hugh Heffner lança definitivamente a pornografia no âmbito comercial com a publicação da revista Playboy.
Repudiada e perseguida desde o principio, a pornografia é abordada através da proibição, desde a culpabilidade ao castigo, criando o mito que o material obsceno despoja a sexualidade dos seus elementos ternos e a reveste com uma violência, supostamente ofensiva, com a intenção de destruir os valores pessoais e sociais.

Os homossexuais encaram a pornografia de modo contrário. Um dos argumentos usados para justificar esta afirmação passa pelo facto de realmente existir a necessidade de tomar contacto com material pornográfico, dada a falta de modelos a seguir durante os primeiros anos de exercício da sexualidade; evidenciado que a curiosidade é fulcral na aprendizagem de um homossexual: quer-se saber se existe mais alguém a pensar de igual forma na exploração de "zonas proibidas" e a concretizar práticas usualmente condenadas.

baseado no “Dossier Pornografia Homosexual” in Zero nº 66

sábado, novembro 13, 2004

Lyrics



MEMPHIS

You breathing into my mouth
I'll take it
I'll take it for you

You wanna sing
Then sing it for me
You got somehitng
Left to say

Untie me
We're taking away
Unlikely
Out of time

When you still got
So much to say
I'll write it
A song for you

But oh
What a way to go
So peaceful
You're smiling

Oh what a way to go
I'm with you
I'm singing

You said
There's a special place
And it's scaring
The shit out of me

In Memphis
On Valentine's day
You wrote it
In a letter to me

Well I wish I had given you more time
To say thank you
My beautiful friend

But sometimes you gotta send it away
To bring it
To bring it back again

But oh what a way to go
So peaceful
He's smiling

Oh what a way to go
I'm with you
I'm singing

You'll always
Have open eyes
You'll always
Have a special place

In Memphis
On Valentine's day
Die suddenly
At a wonderful age
We're ready
We're ready to go
When you still got so much to say

Somehow I know
You drank and stole
Receiving just everything

But oh
What a way to go
So peaceful
You're smiling

Oh what a way to go
I know that you're smiling

Oh
What a way to go
So peaceful
I'm singing

Oh
What a way to go
I know that
You're smiling
You're peaceful
You're smiling
You're peaceful
You're smiling

I know that
You're smiling
You're peaceful
You're smiling

PJ Harvey

sexta-feira, novembro 12, 2004

Chocolate saudável



“Nos séculos XVII e XVIII, o chocolate era considerado tanto um remédio como um alimento, e foram numerosos os tratados consagrados às suas propriedades medicinais. No século XIX, comercializavam-se chocolates medicinais que disfarçavam o sabor, por vezes desagradável, das plantas que eram neles incorporadas.
Até ao inicio do século XX, o chocolate era considerado um alimento reconstituinte quando tomado em jejum, e um auxiliar da digestão se tomado depois das refeições. Curiosamente, a partir da II Guerra Mundial, o produto passa a ser vítima de ideias preconcebidas cuja origem de desconhece.
O chocolate é acusado de causar enxaquecas, acne e prisão de ventre. Apesar de os trabalhos científicos efectuados terem refutado todos estes a proiri, os preconceitos subsistem. O chocolate não causa «crises de fígado» (doença imaginária e puramente francesa) e também não atrasa a digestão se for gordo de mais e consumido após uma refeição copiosa. Muito raramente causa reacções alérgicas. Ignora-se, muitas vezes, que o chocolate preto, particularmente rico em cacau, faz baixar os níveis de colesterol total e aumenta ligeiramente o do «colesterol bom» (o «HDL – o colesterol benéfico», que evita o depósito de gorduras nas paredes das artérias). Além disso, graças aos seus polifenóis, protege os vasos sanguíneos, constituindo um alimento benéfico para a prevenção de doenças cardiovasculares.”

in ABCedário do chocolate de Katherine Khodorowsky e Hervé Robert.

Conto urbano contado na primeira pessoa – Ele (3/3)



Jorge:

Nessa noite não fodemos… Virou-se para mim e disse que ia à casa de banho. Esperei por ele algum tempo antes de me dirigir ao bar onde pedi uma vodka limão para descontrair um pouco, tinha sido bastante intenso o que tinha acontecido deixando-me ansioso o facto de ter sido abandonado.
Enquanto esperava pela bebida acendi um cigarro e percorri o local varias vezes com o olhar na expectativa de o encontrar… Mas nada.
Reflectia sobre o que tinha acontecido quando os meus pensamentos foram interrompidos por alguém que me pediu lume. Reconheci o rapaz… Sorri cinicamente enquanto procurava no bolso o isqueiro que ao fim de pouco segundos se encontrava nas suas mãos, e que foi devolvido juntamente com o comentário: “Vejo que o teu amigo, para além de mim, conseguiu resistir aos teus olhos azuis, mas eu não sou tão forte quanto ele”.
Sorri… é tão bom ser engatado; confesso que me levanta bastante a auto estima. Iniciamos uma animada conversa e passado algum tempo começamos a dançar um com o outro, até ver o Manuel a vir na nossa direcção. Parei de dançar… O Manuel olhava para o intruso com uma expressão interrogativa que, quando chegou ao pé de nós, foi trocada por outra dotada de uma seriedade que nunca tinha manifestado perante mim. Os dois por momentos ficaram sem saber como agir mas o Manuel, com uma atitude calma, embora mantida com um esforço evidente, aproximou-se de mim e explicou a sua demora. Fez uma pausa… Olhou-me directamente nos olhos, e de seguida disse-me a última frase dessa noite: “Vejo que há pouco devia tê-lo deixado juntar-se a nós”. Olhou de lado para o intruso e disse que ia embora. Não sugeri sair com ele…

quinta-feira, novembro 11, 2004

FRASES... DITAS por alguém... SOLTAS para o mundo...



"It is a very sad thing that nowadays there is so little useless information."

Oscar Wilde

quarta-feira, novembro 10, 2004

Calvin & Hobbes & as Artes








segunda-feira, novembro 08, 2004

Chocolate na pastelaria



“Raro e caro no início, o chocolate entrou «pé ante pé» na área da pastelaria no século XVII, como substância aromática.
A primeira receita à base de chocolate foi a da Sacher Torte, elaborada na Áustria, em 1778. Só findo o século XIX o chocolate se tornou ingrediente de numerosos bolos. Hoje me dia, existem no mundo tantas versões do bolo de chocolate (por exemplo, o Rainha de Sabá) que é impossível enumerá-las. Em França, os pasteleiros de bairro propõem também o éclair, que faz as delícias das crianças, a religieuse, a fraqueza dos adultos, e o macaron, que nenhuma avó dispensa à hora do chá: a sua versão de chocolate vende-se bem melhor que a de café! Os cremes, mousses e charlottes estão fortemente implantados na tradição da pastelaria familiar, pois são fáceis de confeccionar em casa; quanto ao tronco de Natal de chocolate, continua a ser um grande clássico. O Floresta-Negra, uma receita alemã, há muito que já conquistou a Europa. A criatividade dos chocolateiros introduziu a ganache em muitos bolos, como a tarte de chocolate, uma maravilha de contraste entre uma massa e um creme aveludado amargo. Por fim, é necessário assinalar a contribuição do pasteleiro normando Gaston Lenôtre, que rejuvenesceu as velhas receitas elaborando preparados mais leves no que respeita à matéria gorda. No domínio da criação, Philippe Conticini, Pierre Hermé e Yannick Lefort são hoje as estrelas da pastelaria francesa à base de chocolate.”

in ABCedário do chocolate de Katherine Khodorowsky e Hervé Robert.

domingo, novembro 07, 2004

Calvin & Hobbes


Década de 90 revisitada


Mazzy Star - She Hangs Brightly

É sempre um prazer ouvir Hope Sandoval. Uma das melhores metáforas com que já me deparei para definir a sua voz é a que utiliza o “açúcar a derreter numa chávena de café a ferver”, tendo em conta a sensual doçura que encerra, fazendo com que a partir da primeira audição se torne num vício. Deixa no entanto um leve travo amargo no ar, como que a pressagiar que em álbuns posteriores essa faceta viesse efectivamente a transparecer.
No entanto em "She Hangs Brightly" a atitude que prevalece é segura, inquebrável e simultaneamente arrebatadora, onde os ecos fantasmagóricos utilizados delatam que nada pode atingir Sandoval pois é ela que tem o poder de nos assombrar.
Com raiz na folk, este álbum pisca ainda o olho ao country, ao rock psicadélico e ao independente; onde a canção de abertura estabelece as coordenadas mas não deixa (de todo) prever o belo conjunto que se tem pela frente.
Um álbum límpido, onde esta voz se encontra acompanhada essencialmente por guitarra e bateria. Outros instrumentos só aparecerem esporadicamente, para enriquecer aqui e ali a obra com pormenores, pois aqui o objectivo parece ser reafirmar que a beleza sempre se pode encontrar nas coisas simples. 10/10

Chocolate alcoolizado



“A gama dos chocolates alcoolizados desenvolveu-se na Europa nos anos 1920: trata-se quer de álcool líquido fechado num alvéolo de chocolate, quer de um bombom recheado com uma ganache aromatizada com álcool (extracto ou perfume).
Deita-se o líquido, misturado com xarope de açúcar, no interior de alvéolos de amido que cristalizarão em conchas prontas a ser revestidas de chocolate. Esta é a técnica utilizada pelas chocolatarias industriais. Os artesãos preferem trabalhar a partir da ganache, uma base mais nobre por ser mais concentrada em cacau. Inserir nela apenas a quantidade de álcool que permita tão-só conservar a essência do perfume requer grande perícia, tanto na técnica como na dosagem.
O chocolate recheado com uma cereja embebida em kirsch é o mais conhecido, graças ao célebre bombom Mon Chéri, que regalou gerações inteiras no intervalo do cinema, mas a gama de álcool utilizada em chocolatarias é muito vasta: podemos encontrar whisky, conhaque, armagnac e champanhe; o velho rum, muitas vezes associado a passas numa ganache amarga; mas também aguardentes de frutos (kirsch, pêra, ameixa…) e licores de plantas como a chartreuse.”

in ABCedário do chocolate de Katherine Khodorowsky e Hervé Robert.

sábado, novembro 06, 2004

FRASES... DITAS por alguém... SOLTAS para o mundo...



"A subject that is beautiful in itself gives no suggestion to the artist. It lacks imperfection."

Oscar Wilde

Ser Feliz... (7)



A tudo em ti quero
Chegar

Tudo não sei
Nada percebo
Nada consigo

Nada devia
Querer
Em ti alcançar.

quinta-feira, novembro 04, 2004



Conto urbano contado na primeira pessoa - Algumas horas antes (2/3)



Manuel:

Tal como todas as sextas-feiras à noite saí para me divertir acabando por ir à discoteca que habitualmente frequento, acompanhado de um grupo reduzido de amigos que me foram abandonado com os engates que entretanto fizeram. Fiquei sozinho… mais embriagado do que devia.
Na pista continuava a dançar O rapaz com quem, mais uma vez, cruzei inúmeras vezes o olhar tentando denunciar o desejo da concretização de um contacto físico íntimo.
Já tinha falado com Ele várias vezes, em situações onde a lucidez também não abundava; mas lembro-me perfeitamente da voz, da forma como falava e das suas mãos a tocarem sítios estratégicos do meu corpo; denunciando deste modo que o desejo de intimidade estava também Nele presente.
Gostava do facto que esta tensão se mantivesse; a iminência da concretização dava um certo carisma a ambas as partes. Mas embora tudo isto fosse muito interessante o que realmente o era acabou por se revelar mais tarde.
Ele tinha desaparecido… Eu estava farto de O tentar encontrar enquanto ouvia música sem grande substância. Estava prestes a ir embora quando surge alguém por trás de mim sussurrando-me ao ouvido: “Excita-me o facto de te poder ter e de não o fazer, mas hoje quero-te”. Viro a cabeça e vejo que era Ele. Sorri e encostei-me o mais possível esticando o pescoço que começou a beijar delicadamente como se tivesse medo que estilhaçasse a qualquer momento. Abraçou-me. Ficamos assim (a dançar ao ritmo de uma música que o DJ teimava em não passar) até aparecer alguém à minha frente perguntando se podia juntar-se a nós. Sorri... Encostei ao de leve os lábios no ouvido do intruso e disse: “Não fazes parte deste mundo”.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Ser Feliz... (6)



Nada resta fazer...

Parte I

Gosto de ti…

E se contigo algo quero partilhar
Deixo de o fazer
Pois por ti não me consigo apaixonar.

…Anseio
Amar,
Ser amado…

Foder,
Ser fodido.

Parte II

E agora confessas,
Que a pessoa certa
Que na ocasião errada conheceste…

Na pessoa errada se transformou
Que na ocasião certa aceitaste.